Antics - Interpol

Tudo bem...Os mancebos não serão estreantes nestas andanças. Não foram nem a surpresa de 2005, nem os debutantes tirados da cartola o ano passado...Trocaram o low-profile com cheiro a garagem por fatinhos de cerimónia, follow-spots e fotos escarrapachadas em tudo quanto é sítio...E são criticados por isso (a dor de cotovelo é f*****) ... Estão hoje muito mais expostos, muito mais arrojados e tresandam a glamour!E depois???
Tudo isto para dizer que, apesar de todos os supostos "mas"...Era para mim incontornável escolher «Antics», a 2ª obra-prima dos nova-iorquinos Interpol, para me inaugurar neste vosso cantinho. Conseguiu igualar Jeff Buckley no trono da minha colecção de cds..e só isso deve querer dizer qualquer coisa!
"Antics" é daquelas raridades que encerra vários singles e sub-singles e sub-sub-singles...Cada tema é melhor que o outro e desdobra-se em variações de tal maneira surpreendentes que o álbum acaba por não se esgotar nas 10 faixas alinhavadas.
"Antics" tem tudo! Tem rock e punk e gótico. Tem força crua e bruta, para logo de seguida nos atirar à cara com a finesse esculpida pela maturidade. É um trabalho inteligente, adulto, com recalcamentos bem vincados da explosão própria da juventude.
Há quem diga que este é um sucedâneo menor de "Turn on the bright lights"...Que os Interpol colocaram a fasquia demasiado alta...Não concordo. Penso que os rapazes se aprumaram neste álbum, oferecendo um ramalhete de canções igualmente deliciosas.
Ouçam, com urgência!, se ainda não o fizeram...Aceitem "Evil", o brilhante cartão de visita...e aventurem-se por aí fora. Descubram pérolas como "NARC", "Take you on a cruise", "Slow Hands" ou "Lenght of Love". Parem em "Not even Jail", para mim o melhor tema deste cd. Entra nos tímpanos sem pedir licença e não desgruda.Mesmo!
Dizem as más línguas que Interpol não são mais que voz de Ian Curtis com banda sonora dos The Chameleons...Revivalismos? Influências? Bom gosto? So what??! Qual o pecado de reinventar aquilo que se ouvia na puberdade?Não foi isso que nos moldou as escolhas e a personalidade? Pois é...A dor de cotovelo é f*****...
Kesseler, Paul Banks e Cª. têm apenas um defeito. São filhos da Big Apple e só isso lhes retira o título da banda mais «post-punk» do momento.
Mas o «negrume nevoeirento londrino», como li algures, está lá.
E nós gostamos tanto dele...
Vanda
Antics-Interpol (9,9 - 10)
9 Comments:
Não "diria" melhor! Só faltou mencionar o C'mere que é das minha favoritas. :) Execelente post.
Menina Vanda, facil, tss tss tss... Penso que nenhuma musica neste albúm seja fácil. Ah, fácil sou eu. :P
Há uns meses tinha falado aqui sobre o álbum, mas a minha opinião mudou um pouco com o amadurecimento das audições. Ainda o considero ligeiramente inferior ao disco de estreia, mas sem dúvida que é um álbum muito bom. Não lhe daria essa nota, mas passaria com distinção.
Concordo contigo em relação à inveja por eles, e não dou ouvidos às más línguas.
Outra coisa: o exemplar que possuo tem fundo branco.
Olá "puto", eu também tenho a versão com o fundo branco...
Penso que esta é versão US.
Também adoro o disco! E tem um significado muito especial para mim ,especialmente a «C'mere», foi um disco que me acompanhou numa fase muito importante...
Os Interpol e Arcade Fire são melhores bandas que apareceram nos últimos anos! Adoro!
Realmente um dos álbuns do ano. Passei esta semana a tentar gravar os melhores álbuns deste ano, esse sem dúvida é um deles.
E Vanda seja bem vinda à blogosfera.
Abraço
Blog é de todos, para todos. (frase feita, mas não importa) ;)
Não conheço o album e nem sequer sou grande fã dos Interpol, mas depois de elogios tão rasgados vou ja ouvi-lo.
Gaspar
Excelente crítica e também um excelente blog.
Acho apenas a pontuação um pouco exagerada (9.9), mas são opiniões, com uma pontuação destas, não te sobra muito espaço para "paixões maiores" que ainda possam aparecer.
Mas é sem dúvida um grande disco.
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